PSICOPATOLOGIA E DIAGNÓSTICO.
- Ana Elisa Gonçalves Bortolin
- 9 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
A frase de Lacan afirma que o diagnóstico psicopatológico, ou seja, a identificação de um transtorno ou problema mental, não deve ser visto apenas como um simples "rótulo" que define a pessoa. Em vez disso, o diagnóstico deve ser compreendido como um ponto de partida para entender a complexidade do sujeito e iniciar um processo de análise e tratamento.
Para explicar melhor: Um "rótulo" é uma etiqueta simples e objetiva que coloca a pessoa dentro de uma categoria, como, por exemplo, "ansioso", "depressivo" ou "esquizofrênico". Isso pode ser útil para fins de diagnóstico inicial, mas, segundo Lacan, não explica toda a experiência subjetiva da pessoa. A pessoa não se resume a esse rótulo.
Lacan sugere que o diagnóstico deve ser o começo de um processo mais profundo. Em vez de tratar a pessoa apenas como alguém com um problema específico (depressão, ansiedade, etc.), o diagnóstico deve abrir portas para compreender como esse problema se manifesta na vida dessa pessoa, como ela se sente, o que ela vive, e o que pode estar por trás do sofrimento que ela está experimentando.
Imagine que alguém recebe o diagnóstico de "depressão". Se o médico ou terapeuta apenas disser que essa pessoa é "depressiva" e a trate como tal, isso pode levar a uma visão limitada e estigmatizante. Porém, se o diagnóstico for visto como um ponto de partida, o profissional vai buscar entender o que está acontecendo com aquela pessoa de maneira mais profunda: como ela lida com suas emoções, o que a leva à tristeza, como as suas relações sociais impactam seu estado emocional, entre outras questões. Esse processo de análise permite que a pessoa compreenda melhor sua própria situação e, assim, o tratamento pode ser mais eficaz.
Portanto, o diagnóstico não é a solução final, mas um começo para compreender a pessoa em sua totalidade e ajudá-la a superar seus conflitos. Lacan nos convida a olhar além do rótulo e a considerar o sujeito como único e complexo, com histórias, sentimentos e experiências próprias que precisam ser ouvidas e analisadas.
Referências Bibliográficas
LACAN, Jacques. O Seminário, Livro 3: As Psicoses. Tradução de Sérgio Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
LACAN, Jacques. O Seminário, livro 10: A angústia. Zahar, 2005. p. 29).
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