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🧠 Repetir, em vez de lembrar: por que revivemos o que nos feriu?

  • Foto do escritor: Ana Elisa Gonçalves Bortolin
    Ana Elisa Gonçalves Bortolin
  • 28 de jun.
  • 2 min de leitura

“O paciente repete, em vez de lembrar.”

📖 FREUD, Sigmund. Recordar, repetir e elaborar (1914). In: Obras completas, v. 12. Rio de Janeiro: Imago, 1996.


Quantas vezes você já se viu vivendo mais do mesmo?

Relacionamentos que machucam, padrões que se repetem, sintomas que voltam, mesmo após promessas de mudança?


Para a psicanálise, isso não é acaso, azar ou falta de força de vontade. É o inconsciente em ação.





🔁 Repetição: quando a dor retorna como atuação



Quando Freud escreveu Recordar, repetir e elaborar em 1914, ele apontava que muitos pacientes, ao iniciarem a análise, não conseguem simplesmente “lembrar” de seus traumas. Em vez disso, revivem-no inconscientemente: nos afetos, nas escolhas e nos sintomas.


A mente, incapaz de elaborar certas experiências, recalca — ou seja, afasta da consciência.

Mas o que é recalcado não desaparece. Ele retorna em atos, repetições e sofrimentos aparentemente sem sentido.





🛋️ Na clínica: o que se repete, quer ser escutado



Imagine alguém que teve pais emocionalmente ausentes e, ao longo da vida, escolhe parceiros igualmente indisponíveis.

Não é que essa pessoa “goste de sofrer”, mas sim que está presa a um enredo inconsciente que se repete, à espera de simbolização.


Nesse cenário, o papel do psicanalista não é julgar, mas escutar o que o sintoma quer dizer.

A repetição é o caminho que o inconsciente encontrou para falar aquilo que o sujeito ainda não consegue nomear.





💬 Elaboração: a cura que passa pela palavra



A psicanálise aposta na transformação da repetição em lembrança, e da lembrança em elaboração.


Quando o paciente consegue ligar afetos à sua história, quando pode nomear o que antes era apenas dor muda, abre-se um caminho de liberdade psíquica.


Como escreveu Freud, o processo de cura envolve:


“Transformar a compulsão à repetição em material psíquico acessível à recordação.”

📖 Recordar, repetir e elaborar, 1914.





📍 E você?



Você sente que repete padrões que te machucam?

Já percebeu que algumas dores voltam, mesmo quando parecem superadas?


Na psicanálise, esse é o ponto de partida: escutar o que retorna para ser dito.


Porque o que não é falado, se repete. E o que é simbolizado, pode finalmente ser transformado.





📚 Referência:



FREUD, Sigmund. Recordar, repetir e elaborar (1914). In: FREUD, Sigmund. Obras completas, v. 12. Rio de Janeiro: Imago, 1996.

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